Nosso cérebro possui a capacidade de deletar memórias ruins?

Não é fácil para os humanos se lembrarem de todos os detalhes de um dia normal e feliz. Afinal, o tempo não para e algumas memórias ficam borradas, partes de uma história se perdem e nosso cérebro insiste em guardar somente alguns “capítulos”.

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No entanto, dias trágicos são os que não podemos esquecer, mesmo que tentemos muito. Geralmente, os dias mais sombrios que vivemos em nossas vidas são os que temos grandes recordações e memórias intactas. Mas é possível que exista um mecanismo no corpo humano capaz de apagar essas memórias ruins/traumáticas? Saiba mais sobre o que os pesquisadores dizem!

Por qual motivo lembramos de acontecimentos ruins?

A nossa memória guarda muitos fatos que ocorrem durante o dia, mas inevitavelmente, muitas partes acabam sendo esquecidas. No entanto, há um consenso de que as lembranças ruins são guardadas com muito mais facilidade do que as memórias boas. Para tal, nosso sistema nervoso deve alterar alguns circuitos neurais, sintetizar proteínas e realizar o gasto energético celular.

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Mas qual é a razão de gastar energia para preservar uma memória que com certeza nos trará traumas mais tarde? Segundo especialistas, muito disso tem a ver com o fato de que essas experiências negativas encontram-se fortemente ligadas às emoções. Como nosso cérebro identifica as memórias baseando-se em suas utilidades, ele “pensa” que aquelas com forte conteúdo emocional são mais importantes para nossa sobrevivência.

Quando sentimos muito medo de uma região perigosa onde moramos, nosso cérebro guarda essa memória para que possamos ativar um estado de “alarme” toda vez que passarmos por aquela área. No entanto, quando o assunto é uma experiência verdadeiramente traumática, as más lembranças podem efetivar consequências que afetam a maneira como vivemos.

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Nosso cérebro possui a capacidade de deletar memórias ruins?
Imagem: Instituto Conectomus.

Como deletar uma lembrança ruim?

Estudos recentes conduzidos por pesquisadores da Universidade de York, na Inglaterra, dizem que existem alguns motivos externos que determinam se armazenamos ou apagamos uma memória. Como exemplo podemos citar luz e som, realidades que vivenciamos no dia a dia, são ótimos moduladores da memória e de algumas atividades cerebrais, principalmente quando dormimos.

O sono é extremamente essencial para processar uma memória. Memórias recentes só se tornam memórias de longo prazo durante as noites de sono. Dessa maneira, os cientistas indicam que estímulos auditivos e visuais podem vir a ser usados ​​em sessões de terapia do sono, para “acabar” com uma memória. No entanto, este estudo ainda encontra-se em fase experimental.

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Também é interessante que haja evidências científicas de que alguns medicamentos podem ajudar a apagar memórias traumáticas. O propranolol, usado para tratamento de pressão alta, é usado em experimentos com animais para fazê-los esquecer traumas existentes.

A teoria dos cientistas é que a chave desse processo está em uma proteína que comunica-se com nossos neurônios e estabelece se uma memória deve ou não ser modificada. Quando essa proteína é quebrada, as memórias tornam-se modificáveis. No entanto, ressaltamos que tudo isso ainda encontra-se em campo teórico.

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