Hanseníase: Saúde exige força-tarefa para diagnóstico e tratamento

No Janeiro Roxo, o estado pede apoio das comunidades locais para intensificar as campanhas contra a hanseníase e diminuir os problemas negativos da Covid-19 nos programas de combate à doença.

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O Governo de Goiás, através da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), intensificou neste mês de Janeiro, ações em conjunto com os municípios para o diagnóstico e tratamento da doença (hanseníase).

O projeto faz parte da campanha de conscientização “Janeiro Roxo” e visa diminuir os impactos causados pela pandemia de Covid-19 nos programas de saúde referentes à doença. A “vigilância” é oferecida integralmente na rede pública e em unidades da atenção básica encontradas em todos os municípios goianos.

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A chefe de Vigilância Epidemiológica da Inspetoria de Vigilância em Saúde de Goiás (SES-GO), Ana Cristina Gonçalves de Oliveira, enfatiza que a pandemia de Covid-19 trouxe consequências, como por exemplo, o desabastecimento de medicamentos pela indústria farmacêutica e limitou a “vigilância” de disfunções neurais, devido à forte necessidade de isolamento da população.

Na avaliação dos gestores, o distanciamento social e a priorização do atendimento à Covid-19 também causaram prejuízos no acompanhamento e adesão ao tratamento.

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No ano de 2020 e 2021, o número de casos registrados em Goiás diminuiu 35,47% (2020: 916 casos e 2021: 933 casos). Apesar disso, a taxa de detecção foi de 12,8 por 100.000 habitantes no ano de 2020 e 12,9 por 100.000 habitantes no ano de 2021, um número muito alto se comparado ao número ideal para combater a doença, que seria de no máximo 2 casos para cada 100.000 habitantes.

“Ainda há muitos desafios a serem vencidos. Diagnosticar todos os casos precocemente, tratar, curar e mandar de volta os pacientes sem deformidades ao seu lar, é uma das melhores maneiras para combater o preconceito que existe contra essa doença estigmatizante”, disse a gestora.

Capacitações / Destrezas

No ano de 2020, a Gerência de Vigilância Epidemiológica da Suvisa, em parceria com a Universidade Federal de Goiás e as Secretarias Municipais de Saúde, realizou aprendizados virtuais para profissionais de 137 cidades.

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Entre 2021 e 2022, as capacitações foram ministradas de forma presencial, juntando teoria e prática na ministração, abrangendo 720 profissionais entre enfermeiros, fisioterapeutas e médicos. O foco é preparar os serviços comunitários para o manejo clínico mais adequado possível.

Doenças

Estudos científicos mostram que 95% de toda a população possui resistência natural ao bacilo de Hansen (causador da doença), e que a vacinação BCG, contra a tuberculose, aplicada logo depois do nascimento, oferece até 80% de proteção contra as formas mais alarmantes da doença em questão.

Os principais sinais e sintomas incluem fisgadas ou formigamento, que pode aparecer em qualquer parte da pele, nas mãos e pés principalmente; sensação diminuída ou ausente em sua face (sensibilidade), mãos ou pés; e aparecimento de manchas avermelhadas ou claras, localizadas ou distribuídas; e nódulos.

O tratamento se dá por meio da administração de um conjunto de antibióticos, distribuídos de forma gratuita pelo SUS, conhecido como poliquimioterapia (PQT). De acordo com a dermatologista Ana Lúcia Osório Maroccolo de Sousa, da Coordenação de Doenças Negligenciadas da Gerência de Vigilância Epidemiológica, esse monitoramento dura de 6 meses a 1 ano, dependendo do número de lesões apresentadas pelo portador da doença e que devem ser acompanhadas à risca.

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